(relato) Movimento Passe Livre" invade a Câmara (Aracaju)

21/03/07
O "Movimento Passe Livre", constituído por estudantes das redes estadual e municipal de ensino, promoveu no final da tarde de ontem uma grande manifestação pelas ruas de Aracaju, chegando a invadir o prédio da Câmara de Vereadores. Em seguida, os estudantes deram continuidade aos protestos pelo centro comercial e chegaram a paralisar por alguns minutos o acesso dos ônibus no Terminal de Integração Fernando Sávio. A categoria já conta com o apoio irrestrito do vereador Renílson Félix (PTdoB) para a assinatura de um requerimento para instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o intuito de ampliar a discussão sobre o passe livre. Um dos membros do Movimento Passe Livre, o estudante Marcos Mota, explicou as razões da manifestação. "Em primeiro lugar, hoje é o dia nacional pela luta do passe livre. Estão ocorrendo manifestações deste mesmo porte em todo o Brasil. Em Aracaju, mais especificamente, nós estamos cobrando o cumprimento da LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação). Estamos lutando pelo passe livre para os estudantes das redes estadual e municipal. Eu não quero saber o que o prefeito de Aracaju acha ou não. Só entendo que ele tem que aprovar a nossa proposta e pronto", afirmou. Outro estudante, de pré-nome Vinícius (que preferiu não se identificar por temer represálias), disse que "hoje se comemora o dia nacional do passe livre. Foi quando os estudantes de Florianópolis (SC) conseguiram instituir o passe livre através de uma proposta de iniciativa popular. É uma manifestação organizada e nós estamos exigindo o cumprimento da LDB, que beneficia os estudantes das redes de ensino das escolas pública e privada, no Estado ou no município. A nossa estratégia é apresentar uma lei de iniciativa popular. Estamos buscando a participação da população para que as pessoas nos apóiem nesse movimento", disse. "Trata-se de uma alternativa para se discutir a questão do transporte público. O nosso movimento não sofre interferência de partidos políticos. Nosso movimento não tem lideranças e é horizontal. Estudantes da rede pública, do Estado e do município, além de representantes das escolas particulares, têm o direito de participar das decisões, apresentando seus pontos de vista. Esse foi apenas um recado que nós demos às autoridades de que os estudantes estão organizados, sim, em prol do passe livre. As adesões estão aumentando e os jovens estão percebendo que o nosso movimento é sério e que não tem fins políticos", completou o estudante, que preferiu não se identificar.