terça-feira, 8 de maio de 2007

Após 10 anos e 700 milhões de reais obra incompleta é inaugurada

22/03/07
Em 1996, uma campanha publicitária de Duda Mendonça para eleger Celso Pitta como sucessor de Paulo Maluf na Prefeitura de São Paulo idealizou uma obra pretensiosa: um lindo Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) com ar-condicionado, vidro fumê e som ambiente circularia por vias elevadas e seria a nova solução para o transporte da cidade. Pitta se elegeu, porém as obras do então "Fura-Fila" tornaram-se um fardo para a metrópole.Hoje, 10 anos após a concepção do projeto (agora rebatizado como Expresso Tiradentes), mais de R$ 700 milhões (SETECENTOS MILHÕES DE REAIS) foram gastos para a construção do pífio trecho de 8,5 km. E a prefeitura admite pretender gastar mais cerca de R$ 500 milhões para a conclusão da obra, cifra que certamente será alterada para cima. Dessa maneira, o quilômetro construído da obra terá custado entre R$ 70 milhões e R$ 80 milhões. Não para um inovador Veículo Leve sobre Trilhos, como foi inicialmente proposto, mas por um simples ônibus que anda em via elevada, para o qual o preço médio varia entre R$ 10 e R$ 20 milhões por quilômetro.O Movimento Passe Livre de São Paulo não é de maneira alguma contrário a obras que melhorem o transporte "público" e facilitem o acesso à cidade. Porém, temos a obrigação de denunciar os absurdos envolvidos nessa obra e, mais que isso, contestar a atual lógica do sistema de transportes. O ato de hoje (08/03/07) na inauguração do Expresso Tiradentes visa chamar a atenção das autoridades e da Imprensa de que a população está atenta e não deixará esses absurdos passarem despercebidos.Sabemos que, enquanto o transporte continuar sendo visto como um negócio, destinado a gerar lucros para poucos empresários, e não como um direito básico da população, cada vez mais pessoas estarão excluídas do acesso à cidade. Sabemos que esses mais de SETECENTOS MILHÕES DE REAIS investidos no Expresso Tiradentes não serão traduzidos em benefícios para a população, mas somente em mais lucros para os empresários do transporte. E assim será em todas as obras enquanto o transporte não for encarado como verdadeiramente PÚBLICO: sem exclusão social e fora da iniciativa privada.

Nenhum comentário: