segunda-feira, 4 de junho de 2007

Ato no Chile

Pelo menos 475 pessoas foram detidas nesta quinta-feira (29) no Chile, durante protestos convocados por grupos de esquerda e que sacudiram especialmente os bairros pobres da periferia de Santiago. Os confrontos foram resultado do protesto por ocasião do assassinato de dois estudantes opositores em 1985, durante a ditadura de Augusto Pinochet, que este ano se somou ao movimento de usuários descontentes com o novo sistema de transporte coletivo implementado na capital chilena. "Durante a jornada de hoje, tivemos no país o número total de 475 detidos", disse o subsecretário do Interior, Felipe Harboe. Os protestos prosseguiam no início da noite nos bairros populares de Villa Francia, no oeste de Santiago, e no distrito de Renca, ao norte da capital, onde um policial foi ferido ao tentar evitar o saque de um supermercado. A imprensa local informou que cerca de 100 policiais sofreram ferimentos durante os distúrbios. Nos bairros de Lo Hermida, no oeste, e La Pincoya, norte, os manifestantes levantaram barricadas e enfrentaram a polícia com armas de fogo.Os distúrbios no centro de Santiago se concentraram a poucas quadras do palácio presidencial de La Moneda, onde 300 estudantes se reuniram para tentar marchar até o ministério da Educação. Os policiais impediram a passagem da coluna de estudantes, que se dispersaram e começaram a jogar pedras e garrafas. A polícia respondeu com bombas de gás lacrimogêneo e jatos de água. Outros confrontos foram registrados na entrada da Universidade Tecnológica Metropolitana, sul da capital, onde manifestantes encapuzados lançaram coquetéis molotov. A polícia de Santiago estava de prontidão desde a madrugada desta quinta-feira, quando as universidades estatais fecharam seus acessos para evitar que os campi fossem utilizados como base dos confrontos. A força policial mobilizou cerca de 4 mil agentes e estacionou uma dezena de blindados nos principais pontos de Santiago, como Villa Francia e Lo Hermida.

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